Quem criou o Bitcoin, e qual a história de Satoshi Nakamoto?
O criador do Bitcoin utilizou o pseudônimo Satoshi Nakamoto e fez questão de desaparecer por completo em abril de 2011. Por que buscar o anonimato ao criar um projeto até então desconhecido?
Outra grande questão é a fortuna supostamente detida por esta pessoa ou grupo. Mas, afinal, o que levaria alguém a acumular 1 milhão de moedas sem a intenção de usá-las?
Descubra quem é Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin, e como esse mistério permanece sem resposta após 15 anos.
Quem é Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin?
Há fortes indícios que mais de uma pessoa participou do projeto, por isso, apontar um único criador é complicado. Um fato conhecido e público, por exemplo, é que o norte-americano Hal Finney, programador e engenheiro de sistemas, foi a primeira pessoa a receber uma transação de Bitcoin.
Postagem de Hal Finney na rede social Twitter em janeiro de 2009.
Isso não significa que Hal Finney foi o criador do Bitcoin, mas certamente aponta para sua participação nos estágios iniciais. Outro ator importante foi Nick Szabo, cientista da computação com mestrado em direito, autor do projeto da moeda digital “bit gold” de 1998, citado no estudo descritivo (whitepaper) do Bitcoin.
Outra peça-chave para a criação do Bitcoin foi Wei Dai, programador e autor do projeto “b-money”, um estudo de 1998. Em suma, é impossível determinar quem é Satoshi Nakamoto, porém algumas pessoas contribuíram de forma significativa para este avanço tecnológico, monetário e social.
Satoshi Nakamoto é uma pessoa real?
Sim, definitivamente Satoshi Nakamoto era uma pessoa ou grupo que comprou domínios, respondeu e-mails, participou de fóruns de discussão, criou o código-fonte do Bitcoin, e utilizou computadores para criar novos registros na rede.
Independente das inúmeras teorias envolvendo o criador do Bitcoin, necessariamente alguém redigiu o estudo descritivo (whitepaper) e criou as linhas de código desse sistema na linguagem de programação C++.
Em sua homenagem, a menor fração do Bitcoin reconhecida pelo código-fonte original, na ordem de 1 / 100 milhões, foi denominada “Satoshi”. Desse modo, 5 milhões de satoshis equivalem a 0,05 Bitcoin.
Quando Satoshi Nakamoto criou o Bitcoin?
O primeiro bloco do blockchain Bitcoin, conhecido como “Bloco Gênesis”, foi gerado em 3 de janeiro de 2009. Este evento marcou o início da rede Bitcoin e continha uma mensagem que fazia referência a uma manchete do jornal “The Times” da Inglaterra daquele dia, enfatizando a natureza política da criação dessa moeda digital.
Satoshi Nakamoto criou o Bitcoin em 31 de outubro de 2008, quando publicou o whitepaper que descreve a arquitetura e os princípios fundamentais do Bitcoin, apresentando a ideia de uma moeda digital descentralizada baseada em tecnologia blockchain.
Esta evidência reflete a relevância da criptomoeda no cenário macroeconômico. O criador anônimo do Bitcoin demonstrava o desejo de estabelecer um sistema financeiro independente, com política monetária rígida. Essa ação simbólica ressalta a intenção de desafiar as estruturas tradicionais de poder financeiro e criar uma alternativa descentralizada.
Qual a relação entre o whitepaper do Bitcoin e Satoshi Nakamoto?
No whitepaper do Bitcoin, Satoshi propôs a criação de um sistema de registro distribuído, chamado inicialmente de “timechain“, enfatizando a necessidade de estabelecer uma sequência temporal para registros, atualmente conhecido como blockchain.
Satoshi incorporou a ideia de encadear os blocos de registros usando confirmações criptográficas (hash), uma técnica que o criptógrafo Adam Back havia explorado anteriormente. O documento deixa claro o foco de Satoshi na resolução do problema do “gasto duplo”, ou seja, garantir que um ativo digital não seja gasto mais de uma vez.
Em suma, as referências no whitepaper indicam que Satoshi se aproveitou de estudos e tentativas anteriores de criar uma moeda digital, portanto deixa claro seu envolvimento prévio com a criptografia e o movimento dos Cypherpunks.
O que é o movimento Cypherpunk?
Cypherpunks é um grupo de pessoas interessadas em privacidade digital do usuário usando criptografia. Esse movimento existe há mais de 40 anos, e ganhou visibilidade na década de 90. Em resumo, entusiastas decidiram unir forças para encontrar uma maneira alternativa de se comunicar digitalmente, inclusive para transferir e armazenar valores.
- O grupo é majoritariamente formado por indivíduos que compartilham o interesse de defender os direitos civis.
- Dentre seus princípios estão a aversão ao monitoramento e controle pelo governo e grandes empresas.
- O debate sobre segurança e privacidade na internet está longe de acabar; na verdade, está apenas começando.
Quais os princípios e visão por trás do Bitcoin?
Os princípios e visão por trás do Bitcoin são profundamente enraizados na busca por um sistema financeiro mais transparente, inclusivo e resistente à censura. Seu objetivo era estabelecer uma moeda digital que não dependesse de instituições financeiras centralizadas, governos ou intermediários de confiança.
Isso se reflete no princípio da descentralização, onde a rede Bitcoin é mantida por uma comunidade global de usuários validando os registros e mineradores competindo por moedas, eliminando a necessidade de uma autoridade central.
A transparência dos registros é outro pilar fundamental, uma vez que todas as transações são registradas no blockchain, acessível a qualquer pessoa. Por último, o Bitcoin criou o princípio da escassez digital, estabelecendo um limite máximo de 21 milhões de moedas. Antes dessa inovação, qualquer arquivo ou registo digital poderia ser enviado em duplicidade ou copiado.
Afinal, o que Satoshi Nakamoto efetivamente inventou?
Embora não tenha inventado cada componente individual, a contribuição mais notável de Satoshi Nakamoto foi a integração e implementação coesa de diferentes ideias em um sistema funcional.
Satoshi combinou um banco de dados distribuído (DLT) para registro de transações, o sequenciamento de registros por blocos para estabelecer uma ordem precisa, a criptografia assimétrica para garantir a segurança das transações, além da introdução de esforço computacional (mineração) para prevenir ataques.
A verdadeira inovação de Satoshi foi transformar essas ideias dispersas em uma plataforma concreta e executável, baseada em código computacional aberto e transparente. Satoshi projetou um sistema de incentivos que encoraja os participantes, conhecidos como mineradores, a manter e fortalecer a rede, contribuindo para a segurança e confiabilidade contínuas do Bitcoin.
Qual a importância de Satoshi Nakamoto?
Satoshi Nakamoto desempenhou um papel de extrema importância ao quebrar paradigmas, introduzindo a noção revolucionária de um ativo digital que não pode ser clonado ou transferido sem autorização. Isso redefiniu a maneira como vemos a propriedade digital e a segurança na era da informação.
A visão de Satoshi de um sistema financeiro independente de bancos e governos, mesmo quando o Bitcoin ainda não tinha valor monetário significativo, demonstrou a importância de se desvincular de intermediários e instituições centralizadas para garantir a liberdade financeira e a privacidade.
Por fim, a genialidade de Satoshi Nakamoto também se manifestou em sua decisão de permanecer anônimo e, finalmente, desaparecer. Isso evitou a criação de um líder centralizado ou um ponto único de falha no projeto do Bitcoin, permitindo que ele florescesse como uma rede verdadeiramente descentralizada.
Possíveis identidades de Satoshi Nakamoto
Embora seja impossível afirmar com certeza quem é o criador do Bitcoin, existem algumas pessoas que se encaixam no perfil, no sentido de apresentarem indícios de participação no desenvolvimento da primeira criptomoeda.
Hal Finney
Harold Thomas Finney II, mais conhecido como Hal Finney, foi um engenheiro de software e programador, além de membro do grupo Cypherpunks, que desde a década de 80 lutava pela privacidade digital.
Nascido na Califórnia, Hal começou a trabalhar com criptografia PGP em 1991 ao lado de Phil Zimmermann. Sua jornada de 2 décadas nesta empresa foi interrompida por uma doença degenerativa, anunciada em 2011 no ano de sua aposentadoria.
Em 12 de janeiro de 2009, Hal Finney recebeu 10 Bitcoins enviados diretamente de Satoshi Nakamoto, que chegou a trocar mensagens com Hal no fórum de discussão Bitcointalk.
Wei Dai
Wei Dai é um criptógrafo e cientista da computação nascido na China, que mudou-se para os EUA em meados da década de 1980, onde se formou pela Universidade de Washington. Wei é autor do estudo “b-money” de 1998 que propôs um sistema de dinheiro digital descentralizado e criou a Crypto++ Library, uma biblioteca de código-aberto amplamente utilizada em aplicações de segurança e criptografia. Sua reputação rendeu uma homenagem: o nome de uma de uma stablecoin do dólar, DAI, e a menor fração definida na criptomoeda Ethereum, o Wei.
Nick Szabo
Nick Szabo é um renomado pesquisador e pioneiro na área de criptografia, formado em Ciência da Computação pela Universidade de Washington e, posteriormente, obteve um diploma de Direito. Szabo é o criador do termo “contrato inteligente” (smart contract) em 1994, abrindo caminho para inovações em contratos automatizados no blockchain. Por último, Szabo é conhecido por seu estudo “Bit Gold”, uma das primeiras tentativas de criar um dinheiro digital descentralizado.
Adam Back
Adam Back é um criptógrafo e cientista da computação nascido em Londres. Adam possui um Ph.D. em Ciência da Computação pela Universidade de Exeter, sendo reconhecido por sua contribuição para o campo da criptografia aplicada ao dinheiro digital. Adam é o inventor do sistema “Hashcash”, que introduziu o conceito de “Prova de Trabalho”, crucial na prevenção de spam e na segurança de sistemas, e este conceito foi adaptado de maneira inovadora para criar um mecanismo de consenso na rede Bitcoin.
Peter Todd
Peter Todd é um desenvolvedor canadense que sugeriu e ajudou a implementar importantes mudanças no Bitcoin Core, o software de código aberto que sustenta a rede. Peter começou a se envolver com criptografia e sistemas de dados distribuídos na adolescência, e suas primeiras mensagens no fórum Bitcointalk datam de dezembro de 2010. A especulação de que Todd seria Satoshi Nakamoto ganhou destaque após o lançamento do documentário da HBO “Money Electric: The Bitcoin Mystery“, porém não há evidências concretas que sustentem essa alegação.
Dorian Nakamoto
Dorian Satoshi Nakamoto é um engenheiro de sistemas nascido em 1949 no Japão, e que posteriormente migrou para os Estados Unidos. Dorian possui formação em física e engenharia elétrica e ao longo de sua carreira trabalhou em diversas empresas de tecnologia, criando inclusive sistemas para o governo norte-americano. Um artigo em 2014 sugeriu que Dorian fosse o criador do Bitcoin, mas com o tempo ficou claro que seu envolvimento seria improvável.
Ian Grigg
Ian Grigg é um australiano, especialista em criptografia e segurança de dados. Além de programador, Grigg também um autor de alguns artigos relacionados às finanças digitais, incluindo “Ricardian Contracts” de 1995, permitem vincular contratos legais tradicionais a transações em banco de dados distribuído. Seu outro artigo, “Triple Entry Accounting” de 2005, aprimora a transparência ao introduzir um terceiro registro que valida e verifica todas as transações. Suas ideias e contribuições desempenharam um papel significativo no desenvolvimento de sistemas de dinheiro digital descentralizado.
Gavin Andresen
Gavin Andresen é um programador e desenvolvedor de software nascido nos Estados Unidos. Formado pela Universidade de Princeton, começou seu envolvimento com criptografia e sistemas de dados distribuídos em 2010, quando descobriu o Bitcoin e se tornou um dos principais colaboradores do projeto. Gavin foi nomeado por Satoshi Nakamoto como principal mantenedor do Bitcoin Core antes da retirada do criador original. Embora tenha negado ser Satoshi, Gavin frequentemente é citado devido à sua proximidade com o início do projeto.
Qual o valor do patrimônio do criador do Bitcoin?
A fortuna equivalente atribuída a Satoshi Nakamoto é de 90 bilhões de dólares na cotação de novembro de 2024. Ao utilizar um equipamento mais potente que os demais usuários, Satoshi Nakamoto deixou um rastro digital, alvo de alguns estudos.
O desenvolvedor e pesquisador de segurança digital argentino Sergio Demian Lerner, em 2013, encontrou algo próximo de 1 milhão de moedas supostamente mineradas pelo criador do Bitcoin.
Análises mais recentes mostraram que Satoshi desligava sua máquina após cada bloco encontrado para dar chance aos demais mineradores. Cabe lembrar que no primeiro ano de vida da rede o número de participantes era baixo, portanto o Bitcoin não era um ativo financeiro.
Por que estas moedas reforçam a tese da participação de Hal Finney?
Nenhum Bitcoin atribuído ao criador do Bitcoin foi movimentado nos últimos 13 anos, reforçando suspeitas do envolvimento de Hal Finney, falecido em 2014. Curiosamente, Hal encerrou suas atividades na PGP em 2011, mesmo ano do desaparecimento de Satoshi Nakamoto.
Outro ponto que corrobora a tese é o fato da “Prova de Trabalho reutilizável” escrita por Hal Finney em 2004 não constar na lista de referências do whitepaper do Bitcoin, apesar de ser o método utilizado pelo blockchain para validar o registro das informações.
Satoshi Nakamoto inventou o blockchain?
Sim, Satoshi Nakamoto inventou o blockchain como o conhecemos. Embora o registro de dados distribuído (DLT) já existisse, o desafio fundamental que o criador do Bitcoin resolveu foi o problema do “gasto duplo”.
Antes do Bitcoin, não havia um mecanismo eficaz para evitar que uma mesma unidade de moeda digital fosse gasta mais de uma vez, sem a necessidade de um intermediário confiável.
O blockchain, conforme concebido por Nakamoto, introduziu um mecanismo de consenso descentralizado que permitiu a validação de transações através de uma rede de usuários (nós) independentes. Isso significa que as regras do sistema são mantidas e seguidas por todos os participantes, sem a necessidade de uma autoridade central.
Mensagens e posts do criador do Bitcoin
Satoshi Nakamoto era bastante ativo no fórum de discussão Bitcointalk nos primeiros anos do desenvolvimento do Bitcoin. Ele abordou muitos tópicos relacionados à privacidade e possíveis melhorias no sistema.
Satoshi e a privacidade
Em uma mensagem postada no fórum Bitcointalk em dezembro de 2010, Satoshi Nakamoto escreveu:
“A privacidade pode ser obtida tomando várias medidas. A publicação da chave pública não está necessariamente ligada à identidade se você não vincular alguma maneira de revelar isso.”
Neste post ficava claro que o objetivo do Bitcoin não era o anonimato, e sim o pseudônimo, o uso de códigos vinculados aos registros eletrônicos das transações.
Satoshi admite necessidade de melhora
Em outra mensagem no Bitcointalk no final de 2010, Satoshi discutiu a importância da melhoria contínua do protocolo Bitcoin ao mencionar:
“O desenvolvimento do Bitcoin é realmente um processo evolutivo. Sempre haverá melhorias. Por exemplo, na versão atual, é custoso configurar a escuta por SSL. Vamos corrigir isso. Há muitos outros ajustes e melhorias que podemos fazer.”
Referência às altcoins, as moedas alternativas
Em uma mensagem no Bitcointalk em novembro de 2010, o criador do Bitcoin fez uma referência ao Namecoin, um projeto relacionado que explorava a descentralização de registros de domínio:
“O Namecoin é um projeto interessante e bem pensado, mas ainda é um pouco experimental. A ideia principal, a prova de trabalho baseada em domínio, é uma ótima maneira de expandir o Bitcoin. Espero que ele faça sucesso.”
O legado de Satoshi Nakamoto
O legado de Satoshi Nakamoto é marcado pela revolução que o Bitcoin desencadeou. Mais que uma criptomoeda, o Bitcoin é um sistema inovador de registro imutável e descentralizado que permitiu a criação de uma rede global de transações, eliminando a necessidade de intermediários.
Material promocional do filme “The Satoshi Mystery”.
O Bitcoin abriu portas para a criação de inúmeras outras criptomoedas e ativos digitais (tokens), impulsionando a inovação no campo das finanças e tecnologia. Sua tecnologia subjacente, o blockchain, tem sido aplicada em diversos setores, como saúde, logística e governança, tornando os registros transparentes e à prova de fraudes.
Em resumo, o legado de Satoshi Nakamoto é a criação de uma ferramenta disruptiva que transcendeu as fronteiras das finanças, promovendo transparência, segurança e inclusão em uma sociedade cada vez mais digital.
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