O que é Maker (MKR)? Quais seus diferenciais, funcionalidades e como comprar— guia completo
As finanças descentralizadas (DeFi) mudaram o conceito de empréstimos, ativos sintéticos, moedas virtuais pareadas em dólar, e integração com serviços tradicionais. Um exemplo é o protocolo autônomo Maker (MKR), que recentemente alocou U$ 500 milhões em Títulos do Tesouro norte-americano.
Os principais objetivos de investidores incluem a rentabilidade de aplicações financeiras e a estabilidade de ativos em dólar, e foi justamente nisso que o projeto Maker focou ao introduzir sua stablecoin DAI, uma moeda digital com cotação próxima de 1 dólar.
Ao contrário dos demais projetos, Maker permite que sua comunidade de detentores do ativo digital MKR decida sobre as taxas de juros, limites de empréstimos, quais ativos são aceitos como garantia, e muito mais. Além de gerar um lucro para o protocolo, permite que a stablecoin DAI seja totalmente independente e transparente.
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O que é o protocolo Maker?
O protocolo Maker permite que os usuários emitam DAI, uma stablecoin atrelada ao valor do dólar americano, bloqueando ativos de garantia nos cofres do sistema.
O mecanismo regula as taxas de juros, garantindo que o valor do DAI seja sempre equivalente a um dólar americano. Quando o DAI é emitido, o proprietário do cofre toma um empréstimo contra seu ativo depositado, semelhante ao sistema financeiro tradicional.
Em circunstâncias normais, o proprietário de um cofre paga seu empréstimo DAI original com juros para recuperar o controle de suas garantias.
Para que serve o token MKR?
O Maker (MKR) é usado principalmente como um token de governança, portanto seus detentores podem participar diretamente das decisões no protocolo e votar em propostas que afetam o uso da stablecoin DAI.
As propostas assumem a forma de um contrato inteligente e cada token MKR representa um voto quando travado (staked). A eventual aprovação das propostas é determinada pelo apoio do número de tokens MKR que recebe.
No entanto, além disso, o MKR é a moeda utilizada para pagar juros empréstimos na plataforma Maker, como veremos abaixo.
Quanto vale um Maker (MKR) hoje?
Confira a cotação atualizada da Maker (MKR) visitando as últimas negociações em nosso site ou aplicativo. O token Maker (MKR) é um investimento de renda variável, portanto não conta com rentabilidade garantida ou previsibilidade de retornos.
- Seu valor é determinado pelo interesse de compradores e vendedores em cada instante.
- Não é função da Maker, ou de seus fundadores, trabalhar pela valorização dessa moeda digital.
O que é MakerDAO?
MakerDAO é uma organização autônoma descentralizada (DAO), um “banco virtual” administrado através de smart contracts, os contratos programáveis. Pioneira das finanças descentralizadas (DeFi), esse protocolo é o mais bem-sucedido com mais de U$ 6 bilhões de valor sob custódia.
- MakerDAO administra serviços de empréstimos de criptoativos (tokens), executado sem a necessidade de intermediários.
- Seus usuários não precisam informar nenhum dado pessoal como e-mail ou telefone — basta ter um endereço na rede Ethereum e moedas virtuais.
- O tomador do crédito recebe a stablecoin DAI, que pode ser vendida nas corretoras de ativos digitais por moeda fiduciária, os dólares, Euros e reais.
- Todo o sistema é regido pela própria base de detentores do token MKR, que também oferece acesso aos leilões desse sistema.
Como surgiu a Maker?
Um empresário dinamarquês chamado Rune Christensen fundou a Maker em 2014. Seus contratos programáveis e a stablecoin DAI foram formalmente publicados na rede Ethereum em dezembro de 2017.
Andreessen Horowitz, uma empresa de capital de risco, contribuiu com US$ 15 milhões para a Maker em setembro de 2018, comprando 6% de todos os tokens MKR.
Em 2018, a Maker estabeleceu a Fundação Maker, com sede em Copenhague. Isso ajudou a inicializar o ecossistema, por exemplo, contratando desenvolvedores para que a plataforma funcionasse.
O token MKR e a estabilidade do protocolo Maker
MKR é usado para pagamento de valores na plataforma Maker, incluindo taxas de estabilidade e multas de liquidação. Ou seja, as taxas que advêm de posições de dívida colateralizadas (CDP) – que permitem a geração de DAI – devem ser pagas com MKR.
- À medida que mais DAI é gerado, o fornecimento de MKR diminui.
- Em teoria, quando a demanda por DAI aumenta, a demanda por MKR também é elevada.
- Se parte do portfólio de garantias do Maker ficar sem garantia, o MakerDAO criará automaticamente mais tokens MKR para levantar capital.
- Essa auto-regulação efetivamente traz mais capital para o sistema e restaura a solvência.
Como funciona a stablecoin DAI?
DAI é uma stablecoin, uma moeda virtual que tende a seguir a cotação do dólar. Diferente de suas competidoras que optam por manter reservas nas mãos de uma empresa centralizada, DAI é garantida por uma cesta híbrida de ativos subjacentes.
- Mecanismos automatizados e atores externos mantêm sua estabilidade em relação ao dólar, sem necessidade ou risco de intervenção de terceiros.
- Para cada DAI emitido, há uma quantidade correspondente de criptomoedas, stablecoins e ativos reais em posse da Maker.
- Os contratos de empréstimo são referidos como posições de dívida garantidas (CDPs).
- Os usuários travam ativos digitais de garantia em CDPs e os respectivos tokens DAI são liberados para uso.
Importante observar: O valor dos ativos nos CDPs precisa ser maior que o DAI que está sendo liberado. Por exemplo, se um usuário travar 1.000 dólares em ETH, A MakerDAO irá emitir menos de 660 dólares em DAI, o que equivale a um índice de garantia de 150%.
Quem supervisiona a alavancagem do sistema?
O aparato de governança da Maker composto por detentores de MKR criou uma estratégia para supervisionar o risco de liquidação por conta da variação na cotação dos depósitos de garantias (CDP).
- O protocolo Maker usa contratos programáveis para criar cofres (vaults), repositórios de tokens onde os investidores adicionam depósitos.
- Os cofres servem como cooperativas (pools) de liquidez para garantir a stablecoin DAI.
- Depois que a liquidez é adicionada aos cofres (vaults), são criadas novas stablecoins DAI, garantida pelo criptoativo fornecido.
- Além de stablecoins USD Coin (USDC) e PAX, são aceitos Wrapped Bitcoin (WBTC), e Ethereum (ETH).
Caso a volatilidade extrema resulte na garantia depositada ser insuficiente para cobrir a dívida, o CDP é liquidado usando um processo automatizado executado pelos árbitros. Os recursos arrecadados com o processo de liquidação são usados para pagar a dívida pendente e a taxa de multa de liquidação.
O que acontece se o saldo das garantias for insuficiente?
Se o processo de liquidação não gerar DAI suficiente para cobrir a dívida, a posição da dívida é transferida para o “Maker Buffer”, um consórcio formado pela taxas geradas nas retiradas de garantias, além dos rendimentos da liquidação.
Os tokens MKR também são responsáveis pela recapitalização do protocolo caso as liquidações não cubram totalmente o DAI pendente. Nesse cenário, o protocolo emite e leiloa tokens MKR, diluindo assim a oferta, para cobrir as perdas do protocolo e garantir a solvência do sistema.
Em suma, os detentores de tokens MKR atuam como o suporte final no sistema bancário central descentralizado da Maker.
Riscos de stablecoins centralizadas para o Maker
Uma ameaça ao Maker é um risco representado por novos tipos de garantias semi-descentralizadas aceitas para seus cofres. Quando estreou em 2017, o protocolo permitia apenas o uso de ETH como ativo garantidor de reserva para emitir DAI.
No entanto, atualmente, mais da metade do DAI em circulação é apoiado por stablecoins centralizadas, como USDC, TrueUSD e PAX. Desse modo, o aumento da dependência de stablecoins centralizados para manter a paridade do dólar da DAI expõe o protocolo ao risco regulatório.
Riscos de oráculos para o sistema Maker
A MakerDAO depende de oráculos — mecanismos de entrada e saída de dados no blockchain — para alimentar os preços de seus contratos programáveis (smart contracts). No entanto, os oráculos são propensos a desvios de preço como resultado da produção lenta de blocos necessários para a confirmação no blockchain.
Falhas nos serviços de oráculo podem ter efeitos devastadores sobre os detentores de dívidas da Maker, pois estes podem ser interrompidos devido a envios de preços inexatos.
Como a Maker se tornou descentralizada?
Apesar de ter iniciado de maneira centralizada, a Fundação Maker gradualmente transferiu seu controle para o MakerDAO, o órgão autônomo e descentralizado do protocolo. Para isso, usou o MKR como um token de governança que concede direitos de voto em todos os aspectos do gerenciamento e desenvolvimento do protocolo.
Essa transição está em andamento e teve alguns percalços. No final de 2018, a Fundação Maker estabeleceu o fundo “Maker Ecosystem Growth Fund”, que supervisiona o tesouro do MakerDAO para estimular a adoção e crescimento do ecossistema. Devido a divergências sobre como os fundos deveriam ser alocados, cinco dos nove membros do conselho foram demitidos por Christensen.
Governança da Maker
Para ser verdadeiramente descentralizado, todos os participantes do protocolo devem poder votar em seus recursos. Através da organização autônoma descentralizada MakerDAO, os detentores de MKR podem usar seus tokens como um peso de votação para:
- Selecionar quais criptoativos podem ser usados como garantia, e quanto exigir de garantia adicional em cada criptoativo, reduzindo ou aumentando o risco de instabilidade do sistema.
- Determinar a taxa de recompensas de trava (stake) para a stablecoin DAI, equivalente à taxa de juros do protocolo.
- Aprovar ou propor novas atualizações no protocolo Maker, por exemplo, a alocação de parte dos recursos em Títulos do Tesouro norte-americano.
- Selecionar ou adicionar redes e provedores de oráculo que alimentam dados fora do blockchain para os contratos programáveis.
Além de votar, a MKR incentiva a atividade econômica responsável. Se o ecossistema de empréstimos do Maker estiver sobrecarregado com muitas dívidas, o fornecimento de MKR é aumentado como um backup. Como isso desvaloriza o preço de cada MKR, desencoraja a tomada de riscos irresponsáveis.
Como o empréstimo pode ser desfeito ou devolvido?
Diversos aplicativos descentralizados estão vinculados ao protocolo Maker para emitir empréstimos. Quando um usuário solicita um empréstimo, o protocolo Maker emite um contrato inteligente chamado posição de dívida colateralizada (CDP).
O usuário garante seu empréstimo ao depositar ETH no CDP, que é usado para emitir a stablecoin DAI via cofres do Maker. Dito de outra forma, o ETH serve como garantia do empréstimo, emitido em DAI.
Uma vez reembolsado o empréstimo, os tokens DAI emitidos são queimados (burn), ou seja, removidos permanentemente da oferta em circulação.
Quantos tokens MKR existem? Qual o limite máximo?
Embora o MKR tenha uma oferta máxima, isso sempre pode ser alterado com um voto, dependendo da quantidade de dívida no sistema. Apesar de inicialmente terem sido criados 1 milhão de MKR, no final de 2022 haviam cerca de 977,6 mil tokens MKR em circulação. Isso porque existe um mecanismo de destruição (burn) que eventualmente reduz a quantidade disponível.
Investimento em Títulos do Tesouro norte-americano
As últimas propostas de governança do Maker sinalizam maneiras pelas quais o protocolo está lentamente adotando ativos do mundo real. Recentemente, o DAO aprovou uma proposta para investir US$ 500 milhões em títulos do Tesouro dos EUA e títulos corporativos.
Esta proposta foi uma tentativa do DAO de gerar rendimento de suas participações em DAI com gestores profissionais e diversificar os riscos de contraparte, fortalecendo, em última análise, a composição de reservas do sistema.
Como a Maker gera valor para o detentor do MKR?
A receita gerada pelo protocolo Maker é revertida indiretamente para os detentores de tokens. Atualmente, os fluxos de caixa são utilizados para três finalidades principais:
- Cobrir os custos operacionais e de desenvolvimento do protocolo.
- Construir uma margem de segurança para cobrir possíveis perdas de liquidação.
- Comprar e queimar (burn) tokens MKR, reduzindo assim a oferta em busca de valorização.
Conceitualmente, ter tokens MKR pode ser comparado a possuir patrimônio de um banco que realiza recompra contínua de sua participação.
Vale a pena comprar Maker MKR em 2023?
A Maker compete nos mercados de stablecoin e empréstimos garantidos. Sem dúvidas, a stablecoin DAI conseguiu obter ganhos consideráveis em participação de mercado sobre seus rivais centralizados.
Acreditamos que esta tendência de busca pela descentralização irá seguir no futuro, e DAI possui uma vantagem competitiva devido à sua natureza descentralizada, reservas transparentes e potencial de crescimento do ecossistema DeFi.
Os riscos regulatórios e de transparência das stablecoins lastreadas em moedas fiduciárias, além da baixa confiabilidade nas stablecoins algorítmicas, podem aumentar a demanda por DAI ao longo do tempo.
Quais os riscos de investir em Maker MKR?
Os detentores de tokens MKR também sujeitos a riscos de contraparte ao habilitar stablecoins centralizadas e ativos reais como garantia, embora a exposição aos Títulos de Dívida do Tesouro e empresas seja pequena no momento.
A crescente dependência do DAI nas stablecoins centralizadas cria um risco regulatório e de bloqueios para o Maker. Observamos que a comunidade está atualmente trabalhando em alternativas para resolver esse problema, como explorar novos tokens de liquidez Uniswap V3.
Maker também está sujeito aos riscos de desenvolvimento de protocolo e tecnológicos, que apesar de baixos, contam com as brechas de contratos programáveis e eventuais atrasos na confirmação dos registros no blockchain.
Agora que você sabe o que é Maker, como funciona a stablecoin DAI e os diferenciais deste protocolo DeFi, compre e venda Maker (MKR) na única grande exchange da América Latina em funcionamento desde 2013 sem indisponibilidade de saques.