Volatilidade: O que é e Quais as Vantagens no Mercado de Criptomoedas?
Para o investidor iniciante, a forte oscilação de preços, ou volatilidade, está associada a risco, portanto, indesejável. No entanto, o fato das criptomoedas apresentarem altas e quedas mais fortes deve ser analisado em conjunto com o retorno, ou seja, sua performance ao longo do tempo.
Vamos mostrar que volatilidade é algo desejável, porém é importante entender o impacto desse indicador numa carteira, e como fazer uma alocação correta de acordo com seu perfil. Acompanhe abaixo!
O que é volatilidade?
Em finanças, volatilidade significa fortes oscilações de preço, não importa se positivas ou negativas.
Acima temos o gráfico de preço diário da criptomoeda Ethereum em Reais R$, negociado no Mercado Bitcoin.
- Tivemos uma forte alta de 11,5% em 1/Set.
- Dias 7 e 20/Set foram marcados quedas de 9,5%.
- A volatilidade anualizada no período foi de 82%.
- Ethereum acumulou ganhos de 44% no período.
De fato, o investidor que comprou em 3/Set e vendeu quinze dias depois teve um prejuízo de 28%. Em suma, Ethereum é um ativo com alta volatilidade, porém apresenta um excelente retorno histórico.
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Investimentos de baixa volatilidade
Existem classes de ativos que tradicionalmente operam com menor volatilidade, seja por características de retorno previamente determinadas, ou simplesmente por baixa variação entre oferta e demanda.
Um Título de Renda Fixa, por exemplo, apresenta leves ganhos diários quase constantes, portanto sua volatilidade é praticamente zero.
Acima temos o retorno acumulado de um Fundo Referenciado DI, considerado de baixo risco. De fato, sua volatilidade é de 0,15%, ou seja, praticamente inexistente.
Sem dúvidas, o investimento na poupança ou aplicação de Renda Fixa não apresenta volatilidade, pois seu retorno é constante e previsível. No entanto, o poupador tem outra certeza: a perda do poder de compra em períodos mais longos.
Renda Fixa vale a pena? Acompanhe neste outro artigo as diferenças entre Tesouro Direto e Criptomoedas como investimento.
A volatilidade de um ativo muda com o tempo
Cabe lembrar que um ativo pode apresentar períodos de baixa volatilidade, onde não há grandes oscilações nos retornos, porém mais adiante, apresentar variações bruscas, gerando aumento no indicador.
- Abaixo temos o gráfico de rentabilidade de um fundo multimercado de baixo risco.
- Sua volatilidade nos últimos 12 meses foi de 6,6%, considerado extremamente baixo.
- No entanto, como podemos notar, o fundo apresentou queda de 17% em Março/2020.
- Ou seja, a baixa volatilidade não é garantia de ausência de risco, visto que é calculado a partir de movimentos no passado.
Investimentos de alta volatilidade
No caso de um ativo cujo preço se move de forma abrupta e imprevisível, a volatilidade é alta. A cotação da empresa de biotecnologia Ocugen (OCGN), listada na Bolsa de Valores Nasdaq, é um exemplo.
- Uma alta recorde de 43% ocorreu em 22/Abr.
- Nova alta de 23,8% em 3/Mai.
- Em 4/Mai, queda de 20%, seguida de outros 12,8% em 5/Mai.
- A volatilidade anualizada no período foi de 190%
- Curiosidade: Em 1/Nov, a cotação encerrou próxima de 14 dólares.
Tipos de investimento de alta volatilidade
Quanto mais recente é a indústria, menor o número de participantes no mercado, e usualmente, maiores as incertezas quanto ao desenvolvimento do setor.
De fato, existem alguns ativos e setores tradicionalmente com maior nível de oscilação de preços, seja por variação na oferta e demanda, ou alavancagem extrema.
Destacam-se dentre esses:
- Commodities: Petróleo, Prata, Madeira.
- Startups de biotecnologia e tecnologia.
- Pequenas empresas exploradoras de petróleo.
- Títulos de dívida de empresas falimentares (junk bonds).
- Criptomoedas.
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Volatilidade e Risco são a mesma coisa?
De fato, ativos com maior volatilidade apresentam maior incerteza nos retornos, especialmente em períodos de curto e médio prazo. No entanto, ao analisar horizontes de 4 anos ou mais longos, bons ativos tendem a se destacar independente de oscilações durante o período.
Acima temos o desempenho de um fundo de Renda Fixa, ao lado de um fundo de ações.
- Tivemos queda de 32% do fundo de ações em Março/2020.
- Durante alguns períodos, a Renda Fixa esteve à frente.
- Após 4 anos, a diferença de retornos é de 74%, favorecendo o fundo de ações.
- Acompanhe neste outro artigo o que é o mercado de ações, e como funciona.
Alocando Risco de maneira correta
Embora ativos com maior volatilidade assustam algumas pessoas, somente através do investimento de risco é possível obter maiores retornos.
Além disso, é a alocação, ou seja, o percentual na carteira que define o impacto potencial, ou seja, a perda máxima com este ativo.
O grau de risco do investimento está intimamente ligado ao seu retorno potencial. Desta forma, o mito da volatilidade ser indesejável é falso.
O investidor de sucesso deve aprender a administrar ativos de maior risco através da alocação correta de acordo com seu perfil.
Porque as criptomoedas são tão voláteis?
São vários os fatores que contribuem com a maior volatilidade das criptomoedas. Dentre estas, destacamos:
- Diferentes formas de se analisar o potencial deste mercado: commodity, moeda, tecnologia, rede social, entre outros.
- Liquidez dispersa entre várias exchanges, fazendo com que o impacto no preço de grandes ordens de compra e venda seja amplificado.
- Falta de conhecimento dos investidores causa movimentos excessivos após certas notícias, ou até mesmo expectativas.
- Alto uso de alavancagem por investidores de varejo estimulado por plataformas não reguladas.
Comparar o retorno do Bitcoin aos ativos tradicionais chega a ser covardia. Novamente, fica provado que volatilidade, e risco, é algo desejável para o investidor, respeitando a alocação de acordo com cada perfil.
Acompanhe no vídeo abaixo uma explicação mais detalhada sobre a volatilidade do Bitcoin.
Existem criptomoedas com baixa volatilidade?
Quando falamos de criptomoedas, aquelas criadas com a finalidade específica de servir como moeda e meio de troca, a volatilidade é inevitável, pelos motivos citados anteriormente.
No entanto, os criptoativos (tokens) lastreados em ativos reais são meramente uma representação em formato digital, portanto sua cotação pode apresentar baixa volatilidade. Dentre os exemplos, podemos citar:
- USD Coin (USDC): Criptoativo lastreado em dólares, portanto, sua cotação tende a acompanhar a divisa internacional.
- Tokens de Consórcio: Cada fração de um Token de Consórcio representa uma fatia de uma carta de Consórcio contemplado, portanto, com retorno previsível.
- PAX Gold (PAXG): Criptoativo integralmente lastreado em barras de ouro, auditado e custodiado por uma empresa regulada nos EUA.
Onde acompanhar a volatilidade do Bitcoin?
Existem diversas fontes para analisar este indicador, dentre as quais destacamos:
- Bitcoin Volatility Index, TheBlockCrypto
- Crypto Volatility Index, CVI Finance
- Bitcoin daily Volatility, 99Bitcoins
Cabe lembrar que existem dois padrões de medida: diário ou anualizado. Além disso, é preciso entender se o histórico utilizado é de 30 ou 60 dias, ou outro padrão.
Em suma, qualquer perfil de risco pode se beneficiar do Bitcoin e criptomoedas, mesmo com alta volatilidade, devendo-se apenas ajustar a alocação conforme sua tolerância de variações negativas na carteira.
Agora que você entendeu esse importante conceito, abra sua conta no Mercado Bitcoin e venha para as finanças digitais.