Como fazer a gestão de riscos da sua carteira de investimentos?
Quando um iniciante pensa em gestão de risco, imediatamente busca aplicações de renda fixa, ou fundos imobiliários. No entanto, a diversificação da carteira de investimentos é a estratégia oposta, buscando ativos que apresentem uma baixa correlação com os demais.
Independente do perfil de investimento, do mais conservador, ao mais agressivo, tomador de risco, é necessário buscar uma estratégia resiliente, ou seja, capaz de sobreviver a choques inesperados.
Vamos mostrar como mesmo os investimentos considerados seguros podem se tornar um problema para aqueles que não fazem uma gestão de risco da forma correta. Isso inclui Tesouro Direto, e até mesmo ações pagadoras de dividendos.
Ficou confuso? O Mercado Bitcoin tira suas dúvidas, e mostra, na prática, as estratégias utilizadas por gestores profissionais na administração da carteira de investimentos.
O que é gestão de risco?
Quando falamos de fundos de investimento e empresas de administração financeira, a área (ou pessoa) responsável pela gestão de risco é responsável por estabelecer limites de alocação para cada classe de ativos, além de avaliar a exposição máxima em cada intermediário.
Para isso, o gestor de risco avalia a liquidez e volatilidade histórica de cada ativo, verifica os limites segundo a legislação local e mandato do fundo, analisa se o cliente está autorizado para operar com alavancagem, além de produtos voltados somente para investidores qualificados.
Não obstante, é preciso analisar o risco de crédito de cada contraparte, ou seja, as probabilidades da instituição intermediária não honrar com a operação. Por último, são analisados os riscos operacionais, por exemplo, de falhas ou fraudes, e risco legal, os problemas jurídicos que possam impedir a manutenção das funções necessárias.
Uma parte dessa gestão de risco envolve o cálculo da margem de segurança, a faixa de preço esperada para oscilação de cada ativo.
Diversificação e gestão de risco é a mesma coisa?
Não. A diversificação da carteira faz parte da gestão de risco, mas é apenas uma das estratégias utilizadas para minimizar perdas. Diversificar é alocar o patrimônio em diferentes classes de ativos, evitando a concentração em uma única fonte de risco.
A gestão de risco envolve também a análise da volatilidade, ou seja, quanto usualmente varia cada ativo, os picos e quedas que podem trazer surpresas de curto-prazo.
Outro conceito importante presente na gestão de risco é a liquidez dos investimentos, a facilidade de se desfazer de um ativo sem perda significativa de valor.
Em suma, são vários os fatores que devem ser considerados na gestão de risco, e isso irá depender da capacidade de cada um em aceitar perdas de curto-prazo, de realizar novos aportes, horizonte de investimentos, e até mesmo o grau de conhecimento de produtos financeiros mais complexos.
Por que é importante ter uma carteira diversificada?
Diversificar a carteira de investimentos é a melhor forma de evitar surpresas negativas. Ao dividir o montante em diferentes classes de risco e vetores de crescimento, você minimiza as chances de perda.
Pode-se obter sucesso mesmo seguindo regras simples, alocando igualmente em três classes de investimentos distintas. Independente do seu objetivo financeiro, a estratégia depende mais da capacidade de sobreviver a choques e eventuais perdas, do que acertar um único ativo.
É tentador para um investidor conservador investir apenas em Tesouro Direto. No cenário de juros reais negativos, algo que atualmente é realidade no Brasil, a rentabilidade líquida fica abaixo da inflação.
Por isso,adicionar uma pequena fatia em ativos de maior risco melhora o retorno e reduz a volatilidade da carteira em períodos de incerteza.
Acompanhe no vídeo abaixo com a equipe de @usecripto como gerenciar riscos de uma carteira de criptomoedas:
Como diversificar sua carteira, na prática?
Muitos traders, mesmo os mais experientes, erram o conceito de carteira de investimentos. Tudo deve ser considerado, incluindo imóveis, aposentadoria, valores guardados em espécie, e automóveis.
É fundamental buscar investimentos que possuam vertentes de valorização distintas. Ou seja, uma carteira dividida entre renda fixa, fundos imobiliários, e ações, pode não estar avaliando corretamente o risco cambial, por exemplo.
De maneira similar, uma carteira composta unicamente por ações de empresas pagadoras de dividendos e Tesouro Direto pode apresentar perdas em períodos de alta da inflação.
Preferencialmente, deve-se buscar exposição em ativos de baixa correlação com o restante do mercado, e isso inclui criptomoedas, ouro, tokens de precatório, e Vasco Token, atrelado ao mecanismo de solidariedade na transferência de jogadores.
Como identificar os riscos?
Os gestores de risco profissionais fazem o “stress test”, ou seja, simulações de dólar em R$ 3,50 ou R$ 7,50, inflação subindo para 12% ao ano, retração econômica de 6%, e até mesmo um cenário onde determinados bancos sofrem uma crise de liquidez, atrasando pagamentos.
No caso do investidor pessoa física, não são necessárias medidas tão extremas, mas, por exemplo, deve-se questionar os riscos de alocar mais de 25% em um único ativo, ou crédito contra determinada instituição.
Ao mesmo tempo, é natural que fundos e empresas mais alavancadas e em elevado ritmo de crescimento apresentem uma performance melhor, no entanto, é preciso entender como o ativo se comporta quando o governo sobe a taxa de juros, retirando os estímulos.
Por último, mas igualmente importante, é preciso avaliar o risco de custódia, a guarda dos ativos. Até mesmo o acesso digital, seja por senhas, mecanismos de 2FA, a autenticação em 2 fatores, e SMS, devem ser avaliados.
Confira aqui as dicas do Mercado Bitcoin sobre segurança digital, incluindo o risco de ataques por hackers, sites falsos, vírus e malware.
O mercado é dinâmico, e também a gestão de risco
Vamos supor que você definiu que 40% da carteira deve estar em ativos dolarizados, sejam eles dólar, ouro, ou ações de empresas estrangeiras, ou exportadoras. Se passados alguns meses essa fatia subir para 60%, é preciso decidir se faz sentido a nova alocação, ou se deve parte desses ativos devem ser vendidos para readequar o risco.
No caso da taxa de juros sair de 4% ao ano para 8%, é necessário revisar novamente quais investimentos podem apresentar perdas caso o movimento continue. Por último, a própria volatilidade e liquidez dos ativos pode mudar, impactando assim a gestão de risco.
O importante é ter limites, ou metas, para avaliar periodicamente se a performance da carteira está dentro do esperado, ou se os riscos foram subavaliados.
Acompanhe mais dicas de como gerenciar o risco de sua carteira, incluindo fatores regulatórios e tributários.
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