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Redação Redação
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Os índices de inflação, como o IPCA, são fundamentais para governos, empresários e investidores ao fornecer informações sobre o preço de produtos e serviços.

É através do cálculo do IPCA que muitos contratos, salários e benefícios são reajustados, portanto este é um indicador essencial para o planejamento estratégico e a tomada de decisões. 

Aprenda agora o que é o IPCA, como é calculada a inflação, quais fatores influenciam sua alta e queda e dicas de como proteger seus investimentos.

O que é IPCA?

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o principal indicador de inflação no Brasil. Ele mede a variação dos preços de bens e serviços consumidos pelas famílias. Calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acompanha como os preços mudam ao longo do tempo. 

O governo usa o IPCA para definir metas de inflação e orientar a política monetária do país. Ele reflete o impacto no custo de vida da população, sendo uma referência crucial para a economia e as decisões econômicas.

Para que o IPCA é utilizado?

O IPCA é usado por pessoas, empresas e pelo governo para reajustar contratos e salários. Ele serve como referência para corrigir preços, aluguéis e prestações de serviços, assegurando que seus valores sigam a inflação. Governos utilizam o IPCA para definir metas de inflação e ajustar políticas monetárias. 

Empresas o usam para manter o equilíbrio econômico em contratos e remunerações. Para os cidadãos, é uma ferramenta para garantir que seus rendimentos mantenham o poder de compra. Por refletir mudanças em uma cesta de preços, é amplamente adotado em negociações financeiras e ajustes econômicos.

Como o IPCA é calculado?

O IPCA é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir da coleta de preços de uma ampla cesta de bens e serviços consumidos por famílias brasileiras com rendimentos entre 1 e 40 salários mínimos. A coleta ocorre em 13 regiões metropolitanas do país, além de Brasília e municípios das capitais.

Os preços são registrados mensalmente e o cálculo considera variações em itens como alimentação, transporte, habitação, saúde, entre outros. A variação percentual dos preços entre os meses é ponderada de acordo com a importância de cada item na cesta de consumo, resultando no índice final que mede a inflação.

Como é calculada a composição do IPCA?

O IBGE realiza uma pesquisa mensal de preços de diversos produtos em várias cidades, chamada Pesquisa de Serviços (PMS) e Pesquisa de Preços ao Consumidor (IPC). A partir desses dados, o IBGE calcula a variação mensal de preços em relação ao período anterior.

A cesta de produtos e serviços considerada no IPCA é baseada na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que analisa as despesas das famílias brasileiras. Essa cesta é atualizada periodicamente para refletir mudanças nas tendências de consumo da população.

Os pesos atribuídos a cada grupo de produtos e serviços na composição do IPCA são determinados com base nas despesas representativas da população brasileira. Os grupos com os maiores pesos são alimentação e bebidas, transporte, moradia, saúde e vestuário.

Que fatores influenciam na alta ou queda do IPCA?

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é influenciado por diversos fatores, incluindo:

  • Inflação de demanda: Aumentos no consumo e investimentos, especialmente quando a economia está próxima da plena ocupação, podem levar à alta do IPCA.
  • Inflação de custo: Aumentos nos custos de matérias-primas, mão de obra e impostos também impactam no índice.
  • Política monetária: Mudanças na taxa de juros e na oferta de moeda afetam a inflação.
  • Câmbio: Flutuações no valor da moeda brasileira em relação ao dólar podem impactar os preços de importados.
  • Preços internacionais: Aumentos nos preços de commodities como petróleo e alimentos também influenciam o IPCA.
  • Políticas governamentais: Medidas como redução de impostos ou aumento de subsídios podem impactar os preços.
  • Expectativas: As expectativas de inflação também desempenham um papel importante na determinação do IPCA.
  • Estabilidade política e econômica: A instabilidade política ou econômica pode aumentar a inflação.
  • Desemprego: Altos índices de desemprego podem reduzir a inflação, enquanto baixos índices podem aumentá-la.

Qual a diferença entre IPCA mensal, anual e acumulado?

O IPCA mensal mede a inflação em relação ao mês anterior, com base na cesta de produtos e serviços atualizada pelo IBGE. Em resumo, ele reflete a variação da inflação em períodos mensais.

Em contrapartida, o IPCA anual compara a inflação em relação ao mesmo período do ano anterior, ajudando a evitar distorções sazonais, como períodos de férias ou o efeito do décimo terceiro salário.

Por outro lado, o IPCA acumulado mostra a inflação acumulada desde um ponto inicial até um ponto final específico. Isso permite medir a inflação ao longo de qualquer período desde 1980, utilizando a “Calculadora do Cidadão” disponível no site do Banco Central do Brasil.

Quando é divulgado o IPCA?

O IPCA é geralmente divulgado pelo IBGE aproximadamente 15 dias após o fechamento do mês de referência. Por exemplo, os dados de junho são divulgados por volta do meio de julho. Por sua vez, o IPCA-15 é uma prévia do IPCA mensal. Ele é calculado com base na coleta de preços realizada entre os dias 16 do mês anterior e 15 do mês de referência, sendo divulgado aproximadamente no final do mesmo mês.

Qual o valor do IPCA hoje?

O IPCA encerrou o mês de junho de 2024 em alta de 0,21%, acumulando 4,23% no período de 12 meses. Você pode encontrar o valor do IPCA e sua expectativa nos seguintes sites e fontes oficiais:

1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

2. Banco Central do Brasil (BCB)

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 30 de maio a 28 de junho de 2024 (referência), segundo o IBGE. O indicador se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, e abrange dezesseis regiões metropolitanas do país.

Qual a diferença do IPCA para os demais índices de inflação?

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) difere de outros índices de inflação como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) e a Taxa Referencial (TR) principalmente pela composição da cesta de produtos e serviços que cada um mede. 

O IPCA abrange famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC se concentra em famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos. O IGP-M inclui preços no atacado, de construção civil e ao consumidor. Desse modo, o IPCA tem maior peso em alimentos e bebidas, habitação e transportes, enquanto o IGP-M é mais influenciado por preços no atacado, como bens duráveis e materiais de construção.

Por fim, a TR é calculada com base na média ponderada das taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras em operações de empréstimos lastreados em títulos públicos federais.

Como o IPCA impacta os investimentos?

O IPCA impacta os investimentos ao influenciar o juro real, que é a taxa de juros descontada da inflação. Quando a inflação aumenta, o Banco Central pode elevar os juros para controlá-la, o que beneficia investimentos em renda fixa, protegendo contra a perda do poder de compra. Investimentos atrelados ao IPCA garantem a preservação do valor do dinheiro ao longo do tempo.

Por outro lado, quando o IPCA diminui, o Banco Central pode adotar uma política monetária expansionista, reduzindo os juros. Juros baixos favorecem empresas, que conseguem crédito mais barato, e estimulam o consumo, beneficiando ativos de risco como ações negociadas em bolsa de valores e fundos imobiliários.

Como se proteger da inflação?

Diante do impacto da inflação sobre o poder de compra, é crucial adotar medidas para proteger o valor do dinheiro ao longo do tempo. Embora não exista uma solução infalível, algumas estratégias tendem a ser mais resilientes em cenários inflacionários.

É recomendável diversificar em ativos que acompanham o aumento dos preços, incluindo imóveis, títulos de renda fixa atrelados ao IPCA e ações de empresas. Diversificar os investimentos ajuda a distribuir riscos e aproveitar oportunidades, sendo uma maneira inteligente de preservar o poder de compra.

Além disso, considerar investimentos que ajustam automaticamente a carteira conforme as condições econômicas pode ser uma estratégia vantajosa.

Investimentos atrelados ao IPCA

Existem várias opções de investimento atreladas ao IPCA, tanto títulos públicos quanto privados. Por isso, é essencial analisar o risco, retorno e liquidez antes de decidir qual a melhor opção para seu perfil de investidor e objetivos. Abaixo, você encontra alguns desses ativos.

Tesouro Direto

Os títulos do Tesouro Direto atrelados ao IPCA, como o Tesouro IPCA+ e o Tesouro IPCA+ com juros semestrais, são vendidos pelo governo federal e podem ser adquiridos através da plataforma do Tesouro Direto ou por corretoras. Eles têm uma taxa de custódia de 0,25% ao ano para a B3, além de uma taxa de administração que varia conforme a corretora. A tributação é regressiva, sendo 17,5% entre 361 e 720 dias, 20% entre 181 e 360 dias e 22,5% para até 180 dias.

Certificado de Depósito Bancário (CDB)

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) atrelados ao IPCA são títulos emitidos por bancos que pagam uma taxa de juros fixa mais a variação do IPCA. Podem ser adquiridos diretamente nos bancos ou em corretoras. Normalmente, não possuem taxa de custódia, mas podem contar com prazo de carência. A tributação segue a tabela regressiva normal do imposto de renda.

Debêntures

Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas e podem ser atrelados ao IPCA. São comercializadas através de corretoras e distribuidoras de valores. As taxas de custódia e administração podem variar conforme a corretora. A tributação segue a tabela regressiva do imposto de renda. Em alguns casos, debêntures incentivadas de infraestrutura são isentas de imposto de renda para pessoas físicas.

Letra de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI/LCA)

As LCIs e LCAs são títulos emitidos por bancos e são lastreados em empréstimos imobiliários ou do agronegócio, podendo ser atrelados ao IPCA. São comercializados por bancos e corretoras. Normalmente, não possuem taxa de custódia ou administração. A grande vantagem é a isenção de imposto de renda para pessoas físicas.

Qual a relação do IPCA com salários e aposentadoria?

O IPCA afeta diretamente salários e aposentadorias, pois é utilizado como referência para ajustes anuais, garantindo que a remuneração e os benefícios acompanhem a inflação. Quando o IPCA aumenta, geralmente há pressão para reajustar salários e aposentadorias, mantendo o poder de compra das pessoas. 

Para aposentadorias, especialmente as vinculadas ao INSS, o governo utiliza o IPCA para definir o percentual de reajuste anual. No setor privado, acordos coletivos de trabalho frequentemente consideram o IPCA para negociar aumentos salariais. 

Como o IPCA afeta a taxa básica de juros Selic?

A relação entre o IPCA e a taxa básica de juros Selic é direta: quando o IPCA, que mede a inflação, sobe, o Banco Central pode aumentar a Selic para conter a inflação, encarecendo o crédito e desestimulando o consumo. 

A Selic é considerada a taxa básica de juros da economia brasileira, sendo definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Ela é utilizada para controlar a inflação, influenciando o custo do crédito e a atividade econômica. 

Por outro lado, se o IPCA cai, a Selic pode ser reduzida para estimular a economia, tornando o crédito mais barato e incentivando o consumo e os investimentos.

Ficou claro o que é IPCA e como a inflação impacta os investimentos? Aproveite para abrir sua conta no MB e expandir suas opções de investimento com ativos digitais. Inicie sua jornada hoje mesmo!

https://www.mb.com.br/economia-digital/investimentos/o-que-e-ipca/
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