Restaking em 2024: como maximizar seus rendimentos em cripto
Staking de criptomoedas é o processo de travar uma certa quantidade de criptomoedas para participar da validação de transações de uma rede blockchain.
O restaking permite aproveitar os ativos já depositados no processo de validação para fornecer segurança econômica em aplicações existentes nessa rede, gerando uma renda adicional.
O que é restaking de criptomoedas?
Restaking é permite ao depositante do processo de validação da “Prova de Participação” aproveitar seus ativos para obter uma renda adicional. No entanto, o usuário corre mais riscos quando comparado ao staking nativo, por exemplo, quando o usuário delega sua participação para validar transações da rede Ethereum.
O restaking pode ser transferido para outros protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) que oferecem diferentes oportunidades de rendimento. Algumas plataformas otimizam os retornos dos depositantes de forma automática, incluindo em operações de restaking.
Como funciona o restaking?
No restaking, as recompensas de staking são automaticamente reinvestidas no ativo em questão e pode-se ainda utilizá-lo em aplicações de finanças descentralizadas (DeFi) para gerar renda adicional, conhecida como yield. Essa renda pode vir de diferentes fontes como taxas de transação, distribuição de novos tokens, ou ganhos derivados de atividades de yield farming.
Para participar, um investidor inicialmente deve escolher um protocolo de staking que ofereça opções de restaking e depositar suas criptomoedas. Após o depósito, as recompensas de staking são reinvestidas automaticamente conforme as regras do protocolo.
Isso permite ao usuário aumentar seus ativos e potencializar seus rendimentos sem a necessidade de intervenção manual constante. A seleção do protocolo ideal depende de fatores como a segurança, a taxa de rendimento oferecida e a liquidez disponível.
Qual a diferença entre restaking nativo e restaking líquido?
O restaking nativo geralmente não proporciona liquidez ao investidor sobre o montante travado, ou seja, o montante permanece travado. Em contrapartida, no staking líquido, o investidor recebe um token sintético que pode ser utilizado em protocolos de finanças descentralizadas (DeFi).
Essa abordagem de restaking líquido é facilitada por tokens que representam as participações de staking, permitindo transações mais ágeis entre diferentes oportunidades de investimento.
Quais os benefícios do restaking?
O restaking oferece diversos benefícios que ampliam as potencialidades dos investimentos em criptomoedas:
Flexibilidade
A possibilidade de reinvestir recompensas em diferentes criptomoedas ou protocolos oferece aos usuários a liberdade de adaptar suas estratégias de investimento às mudanças do mercado, maximizando a eficiência do capital.
Retorno (yield)
Ao compor continuamente as recompensas, o restaking potencializa os retornos sobre os investimentos originais. Isso é particularmente vantajoso em ambientes de DeFi, onde diversas oportunidades de rendimento podem ser exploradas simultaneamente.
Segurança
O restaking pode contribuir para a segurança das aplicações descentralizadas com registro no blockchain, pois aproveita as moedas depositadas em na “Prova de Participação” para atuar como depósito de segurança. Em troca, o usuário pode ganhar recompensas do staking nativo e do restaking com o mesmo depósito inicial.
Incentivo a trava (lockup)
Promove a trava (lockup) de ativos por períodos mais longos, o que pode ajudar a estabilizar o preço das criptomoedas envolvidas. Esse lockup prolongado também incentiva um compromisso de longo prazo dos participantes com a rede, beneficiando sua continuidade e crescimento.
Quais os riscos do restaking?
O restaking, apesar de oferecer muitas vantagens, também inclui riscos que os investidores devem considerar antes de comprometer seus recursos:
Punição (slashing)
No contexto de redes que operam com “Prova de Participação”, o slashing é um mecanismo de penalidade aplicado a participantes que falham em suas responsabilidades de validação ou cometem atos maliciosos. Ao participar do restaking, as moedas travadas seguem sujeitas a riscos operacionais na rede principal do staking, com o fator adicional de eventuais erros da aplicação.
Incerteza de rendimento
A renda gerada pelo restaking depende de fatores variáveis como a volatilidade do mercado, mudanças nas políticas dos protocolos, e a performance geral do ecossistema cripto. Essas incertezas podem resultar em rendimentos abaixo do esperado ou até perdas.
Riscos de hacks/exploits
Plataformas de restaking, como outras aplicações em DeFi, estão expostas a riscos de segurança, incluindo vulnerabilidades técnicas ou ataques diretos. Investidores podem enfrentar a perda de fundos devido a hacks ou exploração de falhas nos contratos inteligentes, um risco significativo dado o ambiente altamente técnico e inovador de DeFi.
Quais os principais protocolos de restaking?
Abaixo listamos alguns dos protocolos mais comentados nas redes sociais e sites especializados, em ordem aleatória.
EigenLayer
Na EigenLayer, o restaking funciona permitindo que os validadores de redes como Ethereum rentabilizem suas garantias e recompensas de staking em múltiplas camadas. Isso amplifica a utilidade e os ganhos potenciais sem necessidade de recursos adicionais. Os usuários que fazem a trava (staking) de seus tokens na EigenLayer recebem tokens sintéticos que representam sua participação. As recompensas ganhas podem ser automaticamente reinvestidas para maximizar os rendimentos.
Symbiotic
O Symbiotic é um sistema de segurança compartilhada que permite aos desenvolvedores de rede total controle sobre a implementação do restaking e seleção de operadores. Este protocolo é altamente flexível, aceitando qualquer ativo ERC-20 como garantia e focando inicialmente em ETH travado no staking. Os contratos inteligentes do Symbiotic são imutáveis, reduzindo riscos de governança externa e impedindo mecanismos de permissão centralizados. Para garantir confiabilidade, o Symbiotic colabora com parceiros de infraestrutura reputados e distribuídos geograficamente.
Karak Network
Karak Network é uma plataforma blockchain que busca tornar o restaking mais acessível para um público mais amplo ao focar na segurança e na gestão de riscos. O sistema foi desenvolvido usando uma solução de segunda camada (Layer 2) para enfrentar os desafios dos sistemas de blockchain. No entanto, o projeto foi concebido para evoluir e suportar uma gama mais ampla de ativos além do Ethereum, planejando incluir Solana, Celestia e outras redes de escalabilidade, como Optimism.
Qual a opinião de Vitalik Buterin sobre restaking?
No post “Não sobrecarregue o consenso do Ethereum”, Vitalik Buterin alerta que usar o conjunto de validadores do Ethereum para outras finalidades não deve envolver o consenso social da rede. Ele simplifica: protocolos que usam restaking não devem contar com uma divisão do histórico (fork) ou reorganização para corrigir falhas e recuperar perdas. Se algo der errado, não se deve esperar um resgate do consenso social do Ethereum.
Vitalik apresenta exemplos de reutilização do conjunto de validadores e seus riscos. Um uso seguro seria provar propriedade de um validador para acessar uma rede social Web3, onde as perdas se limitam aos envolvidos diretamente. Por outro lado, ele mostra como situações mais complexas, como uma rede de oráculos descentralizada, poderiam levar a desacordos severos e consequências significativas para todos.
Vale a pena fazer restaking?
Fazer restaking pode ser vantajoso, mas é importante reconhecer que se destina a usuários mais experientes que compreendem os riscos envolvidos. Esse método pode oferecer retornos mais elevados, porém carrega riscos significativos, como a possibilidade de ataques a cestas (pools) de staking, que já resultaram no esvaziamento de recursos em algumas ocasiões.
Adicionalmente, o restaking está sujeito a riscos associados a ataques de Maximal Extractable Value (MEV) e vulnerabilidades em oráculos, que podem ser explorados para manipular preços e transações.
Para o usuário comum, o staking nativo pode ser uma opção mais segura e menos complexa. Esse tipo de staking pode ser realizado através de intermediários, como exchanges de criptomoedas, que permitem a participação no processo sem a necessidade de interagir diretamente com contratos inteligentes ou plataformas DeFi complexas, mitigando assim parte dos riscos associados.
No Mercado Bitcoin (MB) você faz staking de Ethereum no MB a partir de R$ 10 e recebe as recompensas diretamente em sua conta, sem se preocupar com o desafio tecnológico ou taxas de transação.