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Yasmin Hund Yasmin Hund
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Aviso: as informações deste artigo podem estar desatualizadas. Recomendamos verificar a data de publicação.

Nos dois anos que antecederam 2022, assistimos a um crescimento extremamente relevante em todo o mercado de venture capital, com os valuations das startups decolando com os investimentos de grandes fundos de venture capital (“VC”). Nesse cenário, as startups dentro do segmento cripto e de Web 3 ganharam destaque pela primeira vez na história. O volume de captações dentro desse segmento foi altíssimo. Mas ainda há muito desconhecimento sobre como funciona a dinâmica de venture capital no mundo cripto e o que podemos esperar do setor em um futuro próximo.

Captações de recursos por empresas cripto

Em meio a esse cenário de otimismo desenfreado, as startups do ecossistema cripto começaram a ganhar destaque no contexto global. Quando temas como blockchain, criptomoedas, descentralização e tokenização começaram a vir à tona, o segmento passou a atrair mais atenção dos VCs. De acordo com o relatório publicado pela Messari (“Crypto Thesis for 2023”), em 2021, houve 247 rodadas de captação por startups de infraestrutura centralizada, 500 rodadas de captação por startups de infraestrutura descentralizada e NFTs, e 186 rodadas de captação por startups “CeFi”. No total, o montante captado por startups cripto no ano foi de mais de US$ 28 bilhões. 

No início de 2022, o mercado continuou aquecido, com US$ 27 bilhões captados somente no primeiro semestre. Com esse cenário, investidores de diferentes tipos passaram a olhar com mais atenção para as empresas do setor. Mas, como essas startups ainda estão, em sua maioria, em estágios iniciais – quando comparadas a empresas de setores mais maduros e desenvolvidos -, as captações são dominadas pelo chamado venture capital.    

Alguns investidores “tradicionais” de venture capital possuem verticais dedicadas aos investimentos no segmento cripto. É o caso da a16z, por exemplo, que já investiu em empresas como Coinbase, Yuga Labs e Phantom, e da Valor Capital, com Bitso, BlockFi, Hashdex e muitas outras em seu portfólio. Também existem grandes gestoras globais focadas exclusivamente em startups empreendendo em cripto e blockchain, como a Pantera, pioneira no mercado, com a realização de mais de 200 investimentos. 

Além dos chamados “investidores financeiros” (que são os diferentes tipos de gestoras de fundos), grandes empresas do segmento criaram verticais para investir em projetos early stage no setor e fomentar o ecossistema (Corporate Venture Capital, ou “CVC”). É o caso da Coinbase Ventures (braço da exchange Coinbase), que já realizou mais de 300 investimentos em startups e protocolos cripto.

O venture capital em cripto segue a mesma lógica do VC tradicional, com investidores realizando aportes em empresas em estágio ainda inicial em busca de retornos futuros significativos. A principal diferença é que, além dos tradicionais investimentos em ações e suas variáveis (mútuos conversíveis, SAFEs, etc.), muitas startups realizam captações por meio da venda de tokens de suas aplicações. Então, um investidor que queira aportar capital no projeto de um novo protocolo descentralizado, por exemplo, vai adquirir tokens desse protocolo (e não as ações de uma empresa). Vale lembrar que as DAOs (“Decentralized Autonomous Organization”), por exemplo, em teoria, não dependem da existência de um CNPJ para existirem. Sendo assim, a forma de investir e participar da gestão de uma DAO é por meio da aquisição de tokens de governança. E isso traz aos investidores algumas complexidades adicionais, como a necessidade de wallets para receber os tokens e uma estruturação interna para o exercício de governança nos protocolos. Por isso, a explosão das startups cripto tem se mostrado extremamente disruptiva para o mercado de venture capital em todo o mundo.

Com essas particularidades e com o desconhecimento que ainda existe em torno das aplicações de cripto, é natural que ainda haja receio por parte de muitos investidores – especialmente no mercado brasileiro, em que a maturidade da maior parte das empresas do setor ainda é menor quando comparada com outros países (em especial, os Estados Unidos). Além das inseguranças relacionadas ao segmento em si, muitos VCs ainda encontram dificuldades para realizar aportes em estruturas não convencionais – como é o caso da aquisição de tokens. Uma vez que têm que seguir determinadas regras acordadas no momento de sua constituição, os fundos acabam tendo menor liberdade nesse sentido. Além disso, para uma grande gestora de venture capital, a governança de um investimento realizado por meio de tokens pode ser muito mais complexa. 

Por esses motivos, entre tantos outros, os CVCs têm se mostrado essenciais no fomento e financiamento desse ecossistema. Eles conseguem ter uma fluência e uma flexibilidade muito maiores para investir nessas estruturas diversas em comparação a investidores financeiros tradicionais. Além disso, como na maioria dos casos o capital destinado aos investimentos vem da empresa – e não de cotistas de um fundo (como é o caso dos VCs tradicionais) -, há uma mobilidade um pouco maior. 

O contexto atual

Ao longo de 2022, em meio às pressões macroeconômicas ilustradas pelas crescentes taxas de juros no mundo inteiro, os investimentos de venture capital declinaram – segundo dados do Crunchbase, o total de investimentos em 2022 foi 35% menor do que o observado no ano anterior. Em 2023, espera-se que os investidores continuem mais cautelosos.  

O segmento cripto, visto como ainda mais arriscado, sofreu especialmente as consequências desse pessimismo macroeconômico e da subida da taxa de juros norte-americana. Como qualquer segmento ainda em fase inicial, ele foi mais afetado do que outros. A confiança nas empresas de cripto, que já vinha abalada desde a falência da credora cripto Celsius, o colapso da stablecoin TerraUSD e o fechamento do fundo 3AC, agravou-se ainda mais com a quebra da FTX e todos os seus desdobramentos. Com esse colapso, muitos dos VCs que estavam amadurecendo suas teses para entrarem em cripto e blockchain voltaram a ficar hesitantes.

 No entanto, tudo isso não significa que o interesse dos VCs pelas startups cripto tenha cessado. De modo geral, os investidores continuam mostrando otimismo em longo prazo. Nesse momento, diferentemente do que ocorreu em ciclos de baixa passados, o que se observa é que os grandes players estão convencidos do potencial disruptivo extremamente positivo das diversas aplicações de cripto e blockchain. Não é que tenham deixado de acreditar nas teses. Muitos, inclusive, enxergam o mercado em baixa como um bom momento para analisar oportunidades. Então, o segmento deve crescer de maneira ainda mais acelerada quando a economia como um todo der sinais de reaquecimento.

Yasmin Hund
Faz parte do time de M&A e Corp Dev do MB, conduzindo as atividades de M&A, CVC e Relação com Investidores. Além disso, é lider do Crypto Ladies, grupo de afinidade que defende a equidade de gênero dentro da companhia. Antes de se juntar ao MB, trabalhou com M&A Advisory em transações de diferentes setores.

https://www.mb.com.br/economia-digital/coluna/venture-capital-investimentos-no-ecossistema-cripto/
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Yasmin Hund

Yasmin faz parte do time de M&A e Corp Dev do MB, conduzindo as atividades de M&A, CVC e Relação com Investidores. Além disso, é lider do Crypto Ladies, grupo de afinidade que defende a equidade de gênero dentro da companhia. Antes de se juntar ao MB, trabalhou com M&A Advisory em transações de diferentes setores. LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/yasmin-rodrigues-hund/

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