Bitcoin e dólar: entenda como é formada a cotação no Brasil

O Bitcoin é majoritariamente negociado em dólar, embora a criptomoeda seja ofertada em outros pares, inclusive o real brasileiro R$. Por esse motivo, os investidores afirmam que sua cotação internacional segue o dólar.

Aprenda como é calculada a cotação do Bitcoin, qual o impacto do câmbio no investimento, e se a criptomoeda necessariamente segue a cotação do dólar.

O Bitcoin é cotado em dólar?

A negociação do Bitcoin em dólar lidera em volume, mas cada corretora (exchange) é livre para escolher quais pares de negociação deseja ofertar. A criptomoeda é ofertada em diferentes moedas de forma simultânea. Não existe uma cotação oficial ou regra para conversão em moeda local.

É correto afirmar que a cotação do Bitcoin em dólar atua como referência para os demais mercados, embora estes oscilam livremente, refletindo características únicas de cada mercado. Restrições e tarifas cambiais tendem a causar uma diferença no preço das moedas locais. Na realidade, o Bitcoin é cotado em diferentes moedas.

Por que o Bitcoin é negociado em dólar?

Os Estados Unidos da América lideram o volume de negociação no mercado à vista, ETFs e derivativos regulados. Embora existam mercados similares em outras regiões, sua relevância agregada é menor. As stablecoins do dólar lideram com folga os rankings de negociação nas exchanges internacionais, refletindo sua facilidade de uso e alto nível de aceitação.

Essa característica não é exclusiva das criptomoedas, sendo um efeito similar percebido nos mercados internacionais de petróleo, ouro e outros ativos negociados de forma global. Mesmo ações de empresas européias ou brasileiras apresentam volume expressivo de negociação quando ofertadas nos mercados norte-americanos.

Como é calculada a cotação do Bitcoin em reais R$?

A cotação do Bitcoin em dólar multiplicada pela relação entre o dólar e o real R$ serve como referência, porém não existe obrigatoriedade nesta relação. Quanto maior o grau de fricção para remeter recursos ao exterior, maior tende a ser o prêmio na cotação do Bitcoin em reais R$ frente ao valor de referência.

É comum encontrar períodos onde a cotação do Bitcoin no Brasil excede a referência do dólar, especialmente nos finais de semana e feriados. Na ponta oposta, momentos de pânico dentre os detentores costumam causar um desconto na cotação do Bitcoin em reais frente ao valor de referência em dólar ajustado pela taxa de câmbio.

Qual a cotação oficial do Bitcoin em dólares?

Não existe cotação oficial do Bitcoin. A criptomoeda é negociada de forma simultânea em vários mercados, e cada intermediário possui seu próprio conjunto de usuários e taxas de negociação. De maneira similar, questões tributárias e restrições de remessas internacionais afetam a cotação internacional.

Alguns índices utilizam o preço médio de diferentes exchanges para calcular um índice do Bitcoin, embora não exista um consenso para essas regras. Exemplos incluem o Nasdaq Bitcoin Reference Price (NQBTC) e o Bitcoin All Time History Index do TradingView. Alguns intermediários utilizam uma metodologia própria para o cálculo, como o Deribit Bitcoin Price Index.

O Bitcoin no Brasil segue a cotação de qual dólar?

Não existe uma regra fixa para a formação de preço do Bitcoin no Brasil. Além da cotação variar em cada exchange, a criptomoeda é negociada 24 horas por dia, enquanto o dólar comercial segue o expediente da bolsa. O preço do Bitcoin no país acompanha mais de perto o dólar utilizado na negociação das stablecoins.

O dólar comercial serve como referência para transações de maior valor, mas não incorpora tributos, encargos e taxas. Por esse motivo, stablecoins e o próprio Bitcoin costumam apresentar um leve prêmio sobre o dólar comercial, embora essa relação possa se inverter em períodos de forte pressão vendedora.

Como funciona uma stablecoin do dólar?

Stablecoins são criptomoedas que mantêm paridade com o dólar, mas não são classificadas como divisas estrangeiras sob a ótica regulatória e tributária. A tecnologia blockchain viabiliza transações diretas entre usuários, sem possibilidade de censura. Cada stablecoin é emitida por uma empresa responsável por administrar a garantia (lastro).

Para operar com esses ativos digitais sem intermediários, é necessário utilizar uma carteira digital (wallet), geralmente um aplicativo protegido por senhas. Em síntese, o valor da stablecoin atrelada ao dólar tende a acompanhar o dólar comercial, embora pequenas variações possam ocorrer, especialmente em períodos de alta demanda ou pressão vendedora.

É possível comprar Bitcoin em dólar no Brasil?

Não é possível comprar Bitcoin usando divisa estrangeira no Brasil. Transações de câmbio só podem ser realizadas por corretoras, distribuidoras, bancos e demais agentes autorizados e regulados pelo Banco Central. As exchanges de criptomoedas oferecem apenas a negociação de stablecoins do dólar.

Embora sigam com uma cotação próxima da paridade, as stablecoins são criptomoedas. No Mercado Bitcoin (BTC) você compra e vende Tether (USDT) e USD Coin (USDC) de forma simples e sem burocracia. De toda forma, não existe negociação de Bitcoin em dólares no Brasil, portanto tenha cautela com plataformas oferecendo essa modalidade.

Stablecoins são versões oficiais do dólar?

Embora Tether (USDT) e USD Coin (USDC) representem mais de 85% do mercado de stablecoins, essas criptomoedas não podem ser tratadas como versões digitais oficiais do dólar. Apesar de negociarem próximas de 1 dólar devido ao lastro mantido pelos emissores, não contam com garantia do governo dos Estados Unidos.

As stablecoins são emitidas por empresas privadas que se comprometem a manter paridade com o dólar por meio de reservas, mas não possuem status de moeda legal. O nível de transparência e auditoria varia conforme o emissor. Já uma moeda digital oficial do dólar, emitida pelo Federal Reserve, teria respaldo direto do governo e da autoridade monetária.

O Bitcoin é um investimento dolarizado?

Sim, para um brasileiro, ouro, ações de empresas estrangeiras e Bitcoin representam um investimento que segue a cotação do dólar. Em tese, a cotação desses ativos em reais R$ valoriza conforme o dólar ganha força frente à moeda brasileira. No entanto, se o objetivo é a proteção cambial, os fundos cambiais apresentam uma relação mais direta.

O problema de dolarizar o patrimônio investindo em renda variável é que a cotação deste ativo em reais R$ não segue exatamente a cotação do dólar comercial. Mudanças tributárias, regulatórias e o próprio fluxo de compra e venda do ativo podem criar distorções.

A máxima histórica do Bitcoin é medida em dólar?

Sim, a maioria dos sites de notícia e agregadores de cotação tipo CoinMarketCap e CoinGecko medem a máxima histórica (all-time high) do Bitcoin em dólares. Embora existam divergências conforme cada muda o cálculo do preço do Bitcoin em cada provedor, o padrão é a cotação em dólares e fuso horário UTC.

É possível medir a máxima histórica do Bitcoin em Reais, Euros ou Pesos Argentinos, embora tais métricas tenham menos destaque. O padrão utilizado para análise gráfica, indicadores técnicos e a análise fundamentalista é a cotação em dólar do Bitcoin, embora seja possível configurar a moeda-base em alguns sites.

A capitalização de mercado do Bitcoin pode superar a do dólar?

Sim, é possível que no futuro a capitalização de mercado do Bitcoin supere o total de dólares em circulação. No final de julho de 2025 havia U$ 22 trilhões de dólares em depósitos bancários, poupança, notas de dinheiro, fundos mútuos e certificados de depósito, medida conhecida como M2.

O valor de mercado das ações do índice S&P 500 dos EUA, por exemplo, ultrapassa os U$ 55 trilhões, enquanto os imóveis comerciais nos EUA totalizam cerca de U$ 25 trilhões. O total de dólares em circulação não cria um teto para a capitalização de mercado do ouro, ações de empresas ou do Bitcoin.

Dólar ou Bitcoin, qual a melhor reserva de valor?

O Bitcoin tem se provado uma reserva de valor frente ao dólar em horizontes superiores a 4 anos. O dólar, embora apresente pouca variação em sua cotação, perde valor com o tempo. As receitas do governo norte-americano são insuficientes para cobrir os gastos, resultando na expansão da base monetária e consequente desvalorização da moeda.

Em contrapartida, a política monetária do Bitcoin é rígida e totalmente previsível, sem possibilidade de aumento da oferta. Essa escassez digital é reforçada por sua rede de usuários que executa o software do sistema de forma independente, garantindo que todos sigam as mesmas regras.

Como comprar Bitcoin com segurança?

Para comprar Bitcoin com segurança, é essencial utilizar um intermediário autorizado e confiável. Embora a tecnologia blockchain seja altamente segura, cabe a esse intermediário garantir o acerto financeiro e a entrega das criptomoedas. É importante escolher parceiros que adotem boas práticas de segurança, como o Mercado Bitcoin (MB).

Optar por empresas registradas no exterior, especialmente em paraísos fiscais, expõe o usuário a riscos jurídicos. Nessas situações, as chances de bloqueio de ativos da empresa são menores. Em exchanges internacionais, a responsabilidade de reportar todas as movimentações à Receita Federal recai integralmente sobre o próprio usuário.

O Mercado Bitcoin é seguro?

Sim, o MB é seguro, pois seguimos as melhores práticas e padrões internacionais, com estruturas e procedimentos constantemente atualizados. A segurança vai além do investimento em hardware e software, envolvendo também mecanismos de redundância e tolerância a falhas.

Somos a única grande exchange da América Latina com 12 anos de operação sem registro de incidentes críticos de segurança ou privacidade. O grupo 2TM, controlador do Mercado Bitcoin, conta com uma instituição de pagamento autorizada e regulada pelo Banco Central: o MB Pay.