Eleições nos EUA e seu impacto nas criptomoedas
A eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos mudou o cenário das criptomoedas, sinalizando uma regulamentação mais favorável e uma visão construtiva para o setor.
Qual o impacto da eleição nas criptomoedas? Quais as chances de o Bitcoin se tornar uma reserva internacional nos EUA? Bitcoin ou altcoins: quem se beneficia mais? Confira as respostas abaixo!
Por que o Bitcoin subiu após as eleições nos EUA?
A valorização do Bitcoin (BTC) após as eleições nos EUA reflete expectativas de mudanças na política regulatória do país. Com a vitória de Donald Trump, o mercado prevê uma administração mais aberta ao setor cripto, incluindo a possível substituição de Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, e crítico das criptomoedas, por alguém com postura mais flexível.
A nova abordagem deve incentivar a inovação, fortalecendo o ecossistema cripto. Além disso, espera-se que a clareza regulatória leve a uma maior adoção institucional, com políticas pró-cripto como incentivos à mineração. Isso amplia o interesse de investidores institucionais e de varejo, podendo levar o preço do Bitcoin a novas máximas históricas.
Qual a experiência de Donald Trump com criptomoedas?
Donald Trump tem se aprofundado no mundo das criptomoedas e cada vez mais se mostra favorável ao crescimento do ecossistema. Trump palestrou na conferência Bitcoin 2024 em Nashville, onde afirmou que o Bitcoin poderia ultrapassar o ouro em valor e prometeu políticas favoráveis às criptomoedas, incluindo a auto custódia. Por último, Trump prometeu libertar Ross Ulbricht, criador do mercado “Silk Road”, preso em 2013.
Em setembro de 2024, Trump lançou a World Liberty Financial, um projeto de finanças descentralizadas (DeFi) na rede Ethereum. Além disso, o presidente Trump investiu em Ethereum (ETH) e utilizou tokens não-fungíveis (NFTs) ao arrecadar fundos para sua campanha, destacando uma mudança para uma postura pró-cripto desde seu ceticismo inicial.
Como fica o Congresso e o Senado após as eleições?
Após as eleições de 2024, o Congresso dos EUA elegeu 278 candidatos pró-criptomoedas para a Câmara dos Representantes e 20 para o Senado, superando os 122 e 12 candidatos anti-cripto, respectivamente. Esta é a composição mais favorável à cripto até hoje. Sem dúvida as mudanças foram benéficas para as perspectivas de adoção das criptomoedas.
A divisão de cadeiras mostrou um avanço significativo para os republicanos, com a presidência, uma maioria republicana no Senado e na Câmara. No entanto, a regulação do setor de criptomoedas também é influenciada pela Comissão de Valores Mobiliários (SEC) e pelo Departamento do Tesouro, além de potenciais ações executivas do presidente.
O que muda no regulador SEC após as eleições?
Com a provável saída de Gary Gensler da SEC e a entrada de comissionários mais favoráveis às criptomoedas, espera-se um ambiente regulatório mais amigável. Isso pode interromper a abordagem de “regulação pela aplicação”, onde a SEC processava empresas de cripto por ofertas não-registradas de valores mobiliários. Além de Kraken e Consensys, Coinbase, Ripple e Uniswap enfrentam ações da SEC.
Novas medidas poderiam trazer clareza sobre quais ativos digitais são considerados valores mobiliários, facilitando o registro e operações legais. Isso poderia incentivar a adoção institucional, permitindo que fundos e bancos integrem criptomoedas de forma mais segura e regulada, promovendo a inovação no setor financeiro tradicional.
O que muda nos ETFs de criptomoedas com as eleições?
As eleições nos EUA podem facilitar a aprovação de fundos à vista (ETFs) de criptomoedas pelo regulador SEC, incluindo produtos atualmente em análise como ETFs de Solana e de cestas diversificadas de ativos digitais. Uma administração mais favorável ao setor cripto deve adotar uma abordagem regulatória mais flexível, impulsionando o desenvolvimento desses fundos.
Além disso, estabelecer padrões contábeis e fiscais específicos para ETFs de criptomoedas permitirá que empresas e bancos incluam esses ativos em seus balanços, o que fortalece a aceitação institucional. Essa medida também pode oferecer condições de crédito mais vantajosas para as empresas que mantêm ETFs de criptos, promovendo maior acesso e liquidez ao mercado.
Impacto das eleições no uso do dólar como reserva global
As eleições americanas podem afetar o uso do dólar como reserva global devido à política econômica e à postura do governo em relação ao mercado cripto. Segundo Fabricio Tota, Diretor de Novos Negócios do MB, “a boa vontade em relação ao universo cripto já é, por si só, um grande ponto positivo para a indústria nos EUA, e com efeitos em escala global.”
Fabricio acrescenta que caso políticas pró-cripto sejam acompanhadas por uma gestão econômica responsável, a confiança no dólar como reserva pode se manter estável. No entanto, tarifas e fortalecimento do dólar podem aumentar a inflação, limitando a capacidade do FED de reduzir juros, o que impactaria negativamente o mercado cripto e enfraqueceria o papel do dólar globalmente.
O plano de uma Senadora para criar reservas em Bitcoin
A Senadora Cynthia Lummis propôs o “Bitcoin Act of 2024”, que estabelece uma “Reserva Estratégica de Bitcoin” nos EUA. O plano é adquirir 1 milhão de bitcoins em cinco anos, além de não vender os aproximadamente 200.000 bitcoins que o governo já possui, obtidos através de apreensões de criminosos, como as do Silk Road.
Esses Bitcoins, se vendidos, poderiam influenciar o mercado, mas a proposta é mantê-los para reduzir a dívida nacional. A execução do plano requer aprovação legislativa do Congresso e do Senado. Embora Trump possa promover a ideia, a implementação oficial da reserva depende de um processo legislativo, não de ação executiva direta.
As eleições podem acelerar a adoção das criptomoedas?
Sim, as eleições podem acelerar a adoção de criptomoedas, impulsionando o interesse institucional. Segundo Fabricio Tota, Diretor de Novos Negócios do MB, “essa nova administração pode fazer com que outras empresas e instituições financeiras se abram ao mundo cripto, seguras de que não serão perseguidas pelos reguladores”.
Além disso, a recente aprovação do ETF de Bitcoin à vista pela SEC representa um marco regulatório que facilita o investimento de grandes fundos institucionais no ativo, gerando uma entrada potencial de bilhões de dólares. Para Fabricio, esse movimento legitima o Bitcoin, transformando-o em uma opção confiável para fundos de pensão, consolidando sua posição entre as principais classes de ativos.
O que é a bancada pró-cripto nos EUA?
A bancada pró-cripto nos EUA é um grupo bipartidário focado em promover políticas favoráveis às criptomoedas. Principais líderes incluem a Senadora Cynthia Lummis (R-WY), conhecida pelo Bitcoin Act; o Representante Patrick McHenry (R-NC), que apoia o FIT21; e a Senadora Kirsten Gillibrand (D-NY), coautora de legislações. Financiadores incluem empresas como Coinbase, Gemini, e a gestora de capital de risco a16z.
As propostas dessa bancada buscam clareza regulatória, definição legal de criptoativos, proteção ao consumidor, e integração de cripto na economia tradicional, como a criação de stablecoins regulamentadas e a reserva estratégica de Bitcoin, além de incentivar a inovação e prevenir lavagem de dinheiro sem sufocar o setor cripto.
Bitcoin ou altcoins: quem se beneficia mais nas eleições?
Historicamente, após o Bitcoin alcançar e estabilizar em novos patamares, as altcoins frequentemente experimentam um aumento significativo de valor, iniciando uma “temporada das altcoins” (altseason). No entanto, é imprevisível determinar quais altcoins serão as principais beneficiárias das eleições. Desse modo, não é possível afirmar que as altcoins vão superar o Bitcoin.
Em contrapartida, durante correções de mercado, enquanto o Bitcoin pode cair 20% de seu pico, algo dentro de sua volatilidade normal, as altcoins tipicamente sofrem quedas muito mais acentuadas. Portanto, embora se possa antecipar um cenário geral de valorização para as altcoins após eleições, identificar os “campeões” específicos é uma tarefa complexa, marcada pela incerteza inerente do mercado cripto.
O Bitcoin pode virar uma moeda oficial nos EUA?
É improvável que o Bitcoin (BTC) se torne uma moeda oficial nos EUA, pois isso contraria o papel do Federal Reserve (Fed). Criado para sustentar o valor do dólar e garantir a segurança do sistema financeiro, o Fed controla a emissão de moeda para evitar crises e manter a inflação sob controle.
O status do dólar como moeda global traz benefícios estratégicos aos EUA, permitindo que o país exporte inflação — isto é, a ampla circulação do dólar dilui o impacto de sua emissão. Além disso, governos e instituições utilizam dólares e títulos do Tesouro como reservas, e o dólar é padrão para medir commodities e riquezas, assegurando influência econômica global.
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